Tuesday, May 13, 2008

A Descoberta do Tupi e de José de Anchieta


Esse semestre eu descobri o Tupi com o professor Eduardo Navarro. Matriculei-me no curso de curioso e acho que terminei apaixonado pelo estudo da Língua. O curso é, também (frisa-se o também) uma verdadeira aula de Brasil Colonial. Assustou-me descobrir a importância do Pe. José de Anchieta no Brasil do século XVI. Bem, como a importância de sua gramática.

Pelos índios, Anchieta era chamado de "Nhe´enga Îara".

Em Tupi, "nhe´eng" é o verbo "falar" e "nhe´enga" o substantivo "idioma". Îara pode ser traduzido como "mestre" ou "senhor", por exemplo:

Iesus Îara = Senhor Jesus, em Tupi.

"Nhe´enga Îara", então, é "aquele que domina o idioma", o "mestre do idioma".



Um epíteto bastante curioso para quem não era nativo entre os índios.

Várias são as palavras Tupi que usamos ainda hoje em nosso dia-a-dia no Brasil: Butantã, soco, peteca, cutucar, Jacaré, Curitiba, Ibirapuera, etc.

No caso do verbo "nhe´eng" (falar), ele está presente em forças expressivas tais como "Pára com esse nhenhenhém..." (isto é, para com esse falatório, choradeira, etc.)

Anchieta era professor de Latim e tinha 19 anos quando chegou ao Brasil, que ainda estava iniciando seu processo de Colonização. Era um homem muito culto e de sólida formação renascentista.

À medida que fui compreendendo a importância do Tupi na formação espiritual e línguística da cultura brasileira, mais fui compreendendo a importância do trabalho de escritores como José de Alencar e Mário de Andrade, dentre outros artistas (por exemplo, os da semana de Arte Moderna de 1922) no esforço do resgate das culturas indígenas em geral e do Tupi em particular.

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