Saturday, July 30, 2005

H2: O Mapa de Marcos Valério

A Constelar também divulgou os dados de Marcos Valério, através do astrólogo Antônio Carlos Harres, que seriam:

29 de janeiro de 1961, Curvelo - MG; 2h45min

O Astrodienst, www.astro.com, gera o seguinte gráfico:

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Salta aos olhos a ênfase que o mapa traz sobre a casa 2, a casa das finanças, dos bens materias, das posses e do dinheiro. O Sol, o centro da personalidade, encontra-se nessa casa, mostrando que a identidade do nativo associa-se a um lado bastante material da vida, não necessariamente teria de ser o dinheiro, mas com o Sol na casa 2, seria difícil o nativo não ser sensível, de uma forma ou de outra aos aspectos práticos e concretos da vida.

Além do Sol, também uma conjunção Júpiter - Saturno também está afetando a casa 2 (dinheiro, posses) e estes são os regentes do Ascendente e da Casa 1, exercendo portanto um papel crucial no mapa. A questão do dinheiro e das posses, portanto, é o tema dominante do mapa astrológico de Marcos Valério.

Alguns outros indícios que reforçam a ênfase na casa 2 desse mapa de Valério são:

a) A dignificação, por domicílio, de Saturno em Capricórnio.
b) Esse Saturno rege o Ascendente e a casa 2, simultaneamente.
c) Esse Saturno faz conjunção com Júpiter, muitas vezes referido pela Astrologia como um "facilitador do contato com a fortuna".
d) Vênus, planeta da casa 2 e do dinheiro, está em Peixes, signo de sua exaltação e da regência daquele mesmo Júpiter.


Também vale a pena notar que tanto a Roda da Fortuna (24 de Câncer) e a Lilith (29 de Câncer) estão ambos no início da oitava casa e que Saturno recentemente transitou por ali, estando agora no início de Leão e ainda na oitava casa de Valério. A casa 8, oposta à casa 2, também está associada às finanças.

Certo, figuradas as cores gerais (dinheiro), vamos acrescentar alguns elementos para completar a imagem do quadro.

Quando fiz a análise do mapa de Roberto Jefferson, comentei que Netuno era o planeta da corrupção, devido a suas tendências dissimuladas. No mapa de Jefferson, Netuno recebia uma convergência de aspectos, aqui no mapa de Marcos Valério, Netuno se encontra quantitativamente menos aspectado, porém esse planeta envia justamente uma quadratura (a linha vermelha da esquerda, no mapa acima, entre a bola [Sol] e o tridente [Netuno]) ao Sol do nativo.

Ora, as linhas vermelhas num mapa astrológico representam aspectos "tensos" ou "potencialmente dissonantes" entre dois planetas. Portanto temos uma "dissonância" entre o caráter (Sol) de Valério e o planeta da corrupção (Netuno) envolvendo a casa do dinheiro (Sol na casa 2).

Dito isso, assim de forma crua mesmo, nem é preciso entender muito de astrologia ou clamar por grande experiência astrológica, para perceber que o mapa reflete muito bem aquele Marcos Valério que tem aparecido na imprensa.

Vamos agora observar o mapa de inauguração da cidade de Brasília (21 de abril de 1960), fundada por Juscelino Kubitscheck. Gerado pelo Astrodienst, o gráfico do mapa da cidade de Brasília é:

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Netuno, planeta do misticismo, da música e do idealismo, está no ponto mais elevado do céu de Brasília, no momento de sua inauguração [veja o "tridente" de Netuno, no ponto mais alto do gráfico acima]. O Meio-do-Céu [esse ponto "elevado"] indica a visibilidade, a imagem pública da ´pessoa´, no caso, uma cidade. De fato, Brasília é sim conhecida como uma "cidade mística" e como um importante centro do rock e da música nacional. Quanto ao aspecto idealista de Netuno, Brasília é também conhecida como "A Capital da Esperança". Maurice Jacoel, um astrólogo da cidade chegou mesmo a escrever um trabalho chamado "Brasília, a utopia aquariana", que pode ser lido em:

http://www.constelar.com.br/revista/edicao71/brasilia1.php

Por ser um planeta místico, Netuno também guarda forte relação com a própria Astrologia. Agora em agosto, um importante encontro de astrólogos irá acontecer em Brasília [veja a postagem "A2", nesse blog].

Mas Netuno, como já disse, e é o que nos interessa mais no momento, é também visto como "o planeta da corrupção". E Brasília infelizmente acabou por não conseguir evitar também a expressão desse lado negativo de Netuno. Assim a visibilidade de Brasília (o ponto elevado do mapa) é não apenas mística e musical, mas Brasília é também vista como o lugar da corrupção. Desse ponto de vista, Netuno representa uma verdadeira "mancha feia", ou como cantou Renato Russo: "Mas queimaram o filme..."

Nota-se que Marcos Valério nasceu no ano seguinte ao da inauguração de Brasília. Ora, como Netuno é um dos ultimos planetas do Sistema Solar, do ponto de vista do raio orbital heliocêntrico, decorre que ele se move muito lentamente no zodíaco. No mapa de Brasília, Netuno está a 7 graus de Escorpião; no mapa de Valério esse planeta está a 11 graus do mesmo signo. Ambos os Netunos formam quadratura próxima com o Sol de Marcos Valério, a 9 graus de Aquário. De fato:

7 + 11 = 18 ou ainda 9 = ( 7 + 11 )/2

Assim, o grau do Sol de Valério está cravado justamente no ponto médio entre as quadraturas daqueles dois Netunos. Assim, o mapa de Valério parece bastante íntimo do mapa da cidade, através da energia de Netuno. Valério poderia ter sido importante para o cinema (outro atributo de Netuno) ou para os investimentos artísticos ou musicais da cidade. Já existem alguns festivais de cinema que são tradicionais em Brasília, por exemplo. Mas, a menos que as acusações sobre Marcos Valério sejam enganosas, parece que ele optou mesmo por essa face mais sombria de Netuno: a corrupção. Aliás, Netuno não deixa de guardar relação com a... Publicidade.

Saturday, July 23, 2005

H1: Roberto Jefferson e a Ópera do Malandro

A Constelar...

http://www.constelar.com.br

...divulgou recentemente os dados astrológicos do deputado Roberto Jefferson e seriam os seguintes:

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Nascimento em 14 de junho de 1953; às 0h25min; em
Petrópolis - RJ (22s31, 42w10)

O cálculo para este mapa feito pelo Astrodienst

www.astro.com

É o seguinte:

(Os planetas em verde, na roda externa, são os trânsitos para 30 de setembro de 2005)
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Se o leitor preferir, pode abrir o mapa em outra janela, para acompanhar a leitura:
http://img7.imageshack.us/my.php?image=robertojefferson9aw.gif

Parece-nos sugestivo a presença de Urano entre Lua e Mercúrio, apontando "reações emocionais (Lua) inesperadas (Urano)", lembra-me muito o fato de que Jefferson decidiu falar depois de ter sido ele mesmo denunciado, pois a Lua indica nossa reação emocional quando acuados.

A conjunção Sol - Marte em gêmeos na casa 3 indica, sim, alguém que usa o verbo para lutar. Marte também atua na casa 4, uma casa de bases e alicerces. Lembro-me de uma análise que Dane Rudhyar fez de um suposto Marte de casa 4 de Freud, associando-o ao complexo de Édipo e também a um "bisturi cirúrgico" (Marte é o que separa) dos lixos e das profundezas da alma. Aqui, o Marte de Jefferson parece exercer essa mesma função de "bisturi", mas aqui ao invés da alma humana, teríamos a instituição política brasileira. Marte é aquele que enfrenta, aquele que fere se necessário.

A análise da Constelar (segue link abaixo) associa a ênfase em gêmeos no mapa de Jefferson com a imagem da raposa. Para mim, essa é a imagem da esperteza. No litoral baiano, por exemplo, já vi os nativos chamarem de "rato de praia" aqueles malandros que fazem pequenos furtos sem serem percebidos. Quem conhece a personagem central da "Ópera do Malandro" de Chico Buarque, também conhece essa esperteza. Chico Buarque, aliás, possui vários planetas no signo de gêmeos, conferindo-lhe também uma habilidade com as palavras de que todos conhecemos e, talvez por isso também, o tema do "malandro" lhe tenha interessado tanto, como também interessou ao seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, que também investigou a fundo a imagem do malandro na cultura brasileira. Sérgio Buarque era de Câncer (signo de literatos e historiadores) e possuía Vênus, Plutão, Marte e Mercúrio todos em gêmeos, concretizando aquilo a que chamamos de hereditariedade astrológica.

[OBS: Consultei uma especialista em Ciências Sociais sobre essas associações que faço entre Sérgio Buarque e o tema do malandro, o qual ela contestou; explicando que Sérgio Buarque se preocupou mais com a questão da "cordialidade do brasileiro", mas infelizmente eu não posso aprofundar essa discussão agora.]

O próprio mapa astrológico do Brasil (7 de setembro de 1822):

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Indica a Lua (planeta do povo) no signo de gêmeos e em conjunção com Júpiter, indicando um povo alegre (Júpiter), comunicativo (gêmeos) e cheio daquela esperteza conhecido como "jeito do malandro", o "gingado" e o "jeitinho brasileiro".

Mas desde a antiga cultura grega que o deus Hermes (Mercúrio, regente de gêmeos) já estava associado àquilo que apareceria na cultura brasileira, como o "malandro". Conta-se que Hermes (Mercúrio) quando nasceu, a primeira coisa que fez foi roubar bois de seu irmão, obscurecendo a trilha do gado e fazendo os bois andarem mais devagar. Hermes é também conhecido como um verdadeiro "padroeiro dos ladrões".

Mas quando penso no "malandro", não penso apenas no roubar, penso num sentido mais amplo do termo. Assim, é claro que não se trata de dizer se Jefferson é ou não "ladrão", nossa analogia com Mercúrio é quanto à esperteza e ao "driblar com as palavras", que pelo que vemos aqui, está presente no mapa de Jefferson, mas também está presente em contextos mais amplos: está no mapa do Brasil e também no mapa de dois grandes porta-vozes da cultura brasileira: Sérgio e Chico Buarque de Hollanda.

Nesse blog eu já mencionei aquilo que eu chamo de "Astrologia de boca do povo", e aqui vale a pena citar a expressão "mão leve" para designar os "batedores de carteira" e aqueles que furtam na malandragem, pois na astrologia Mercúrio está associado às mãos, que, diga-se de passagem, é a parte mais versátil e habilidosa do corpo humano, além de ser também muito expressiva. Outra astrologia de boca do povo é a expressão: "Fulano fala com as mãos", remetendo-nos mais uma vez a Mercúrio.

Parece-nos então que Jefferson traz esses dois traços de Gêmeos - Mercúrio: 1) O poder do falar bem e do uso da palavra; 2) Uma habilidade de "raposa" (para citar a Constelar), a esperteza do "rato".

Outro indicativo do "falar bem em público" é a presença de planetas na casa 7. Certa vez eu assisti à palestra de uma socióloga que me impressionou muito, e ela tinha Marte e Vênus na casa 7. Adolf Hitler, que seduzia as massas com sua oratória, também possuía Marte e Vênus nessa casa e também o Sol. Jefferson, segundo o horário divulgado, possui Saturno e Netuno nessa casa, que é também a casa dos inimigos declarados. Saturno indica que os inimigos de Jefferson são inimigos arraigados pela tradição de uma cultura e Netuno é um planeta associado à corrupção. Esse é o planeta que está no Meio-do-Céu do mapa astrológico da cidade de Brasília e é conhecido entre os astrólogos brasilienses, como o planeta da corrupção, pois Netuno é aquele que confunde, ilude e esconde.

Fonoaudiólogos especialistas no "falar bem em público" declararam à imprensa que Marcos Valério, por exemplo, transmitiu "um certo cinismo" com o seu "sorrisinho" quando teve de falar à CPI. Roberto Jefferson, ao contrário, disseram os especialistas, utilizou muito bem as mãos (Mercúrio, como já vimos) e soube ser enérgico e falar com convicção.

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Acredito que esse "falar com convicção" é também um atributo de Marte, colocado na casa 3 (a casa de Gêmeos) no próprio signo de gêmeos, que é regido por Mercúrio, o deus da Palavra. Marte é o planeta da ação e da guerra, essa posição de Marte então sugere alguém que domina as disputas verbais e que gosta de usar a palavra para se afirmar e que provavelmente o sabe fazer muito bem. Esse mesmo Marte está em conjunção com o Sol, o centro da personalidade, e isso sugere que Jefferson não é o tipo de pessoa que se recusa a entrar numa boa briga.

Quem assistiu à entrevista de Jefferson no Roda Viva da TV Cultura pôde observar seu desempenho e observar o quanto ele se coloca bem. Para mim também ficou claro nessa entrevista, e pouca gente está comentando, mas Roberto Jefferson tem tido a preocupação de denunciar um esquema antigo na cultura brasileira. Creio que essa malandragem, que está fortemente enfatizada no mapa de Jefferson e que está, antes dele, enfatizada no mapa Brasil, tem sido esta sim a grande "denúncia" de Jefferson. Assim, o "bisturi" (Marte) de Jefferson veio para nos mostrar essa faceta maléfica dessa esperteza da malandragem brasileira. Nós brasileiros gostamos de nosso jeito jovem e esperto, de nossos dribles no futebol, do nosso samba, mas a outra face da moeda é esse jeitinho que é esperto demais na hora de produzir toda aquela corrupção.

Os mapas de Chico e Sérgio Buarque mostram que eles também foram sensíveis a esse tema do malandro de nossa cultura. E sem dúvida, a comparação dos mapas do Brasil e de Roberto Jefferson mostra-nos mais uma vez a esperteza denunciando a esperteza. Foi uma manobra de malandro chamar a atenção para um esquema muito maior, quando a princípio somente o próprio Jefferson havia sido denunciado em vídeo em janeiro desse ano.

Na Astrologia, Mercúrio é um planeta que traz algo de neutro e de andrógeno, nem masculino, nem feminino; nem bem, nem mal. E é, talvez, por isso que Hermes (Mercúrio) consegue ser o deus dos ladrões, mas também da inteligência. Enfim, Mercúrio é regente de gêmeos, um planeta ambíguo. E não é à toa que o símbolo de gêmeos é um símbolo duplo: dois meninos gêmeos, símbolo da ambiguidade. E essa característica também foi exibida por Jefferson. Naquela entrevista ao Roda Viva, por exemplo, Jefferson criticava todo esse esquema corrupto, mas ao mesmo tempo não negava que dele participava. Depois ele dizia que não era ele o problema, mas que toda a máquina política do Brasil é que está corrompida e não apenas um ou outro.

De fato, temos de observar que o Marte de Jefferson está no fundo do céu de seu mapa, o ponto que se refere à herança cultural e ao passado, àquilo que Jefferson trouxe de seu povo. Mais uma vez a posição de Marte ali nos remete à imagem do "bisturi" que veio para abrir uma dolorosa ferida arraigada em nossa cultura.

Em seu livro, Os Aspectos Astrológicos,

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Charles E. O. Carter (1887 - 1968) escreve, sobre a conjunção Marte - Sol, a respeito da grande vitalidade física ou intelectual que o aspecto confere. Carter afirma que a pessoa fica sujeita a muitos riscos de ferimentos e que o nativo pode também exagerar no campo de batalha, se expondo demasiadamente à luta, o que se deveria a um otimismo, que vem da própria capacidade de lutar da pessoa.

O gêmeos do mapa do Brasil pode produzir o driblador do futebol ou o hábil batedor de carteira. A mão de Mercúrio pode ser a mão que escreve poemas, mas pode ser a mão que mata. Pode ser a caneta de Sérgio e Chico Buarque, ou pode matar milhares nas filas de hospitais, por desvios de verbas e vítimas da abismal desigualdade social do Brasil.

Roberto Jefferson e os próximos meses.

Há também um interessante trânsito de Júpiter pela sétima casa de Jefferson, a casa dos inimigos declarados, das parcerias e associações. Sempre que Júpiter transita por essa casa, pode ocorrer uma necessidade do nativo de melhorar seus relacionamentos e associações. Esse mesmo Júpiter (que traz também a conotação de expansão e confiança) está fazendo quadratura ao Mercúrio (verbo, comunicação) de Jeferson.

Estou curioso para saber então o que ocorrerá com Jefferson por volta dos findos de agosto e ao longo de setembro, quando seu mapa estará bastante ativado pelos trânsitos de Júpiter sobre Saturno e Netuno, ainda na sétima casa. Talvez Jeferson receba alguma reação adversária.

Saturno também estará afetando sua Vênus em Touro na casa 2, através de uma quadratura, mexendo com valores, finanças e relacionamentos. Uma Vênus em Touro de segunda casa indica alguém que tem muito prazer pela comida e pelo luxo, com uma quadratura de Saturno, Jeferson pode ter de aprender alguma lição nesse setor.

Outras análises desse mapa de Roberto Jeferson, o leitor consegue no proóprio sítio da constelar:

http://www.constelar.com.br/constelar/85_julho05/jefferson1.php
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Friday, July 08, 2005

A2: A Pesquisa Astrológica na UnB.

Já faz muitos anos, mas especialmente no século XX, que a Astrologia tem sido pesquisada com tentativas de abordagens científicas mais ou menos felizes. O francês Michel Gauquelin é um dos mais famosos nessa tentativa e sua "obra prima" teria sido a verificação estatística de certas posições dos planetas do sistema solar, na "eclíptica" e certas carreiras profissionais ou esportivas de ponta.

Gauquelin é citado entusiasticamente, por exemplo, no livro "Em Defesa da Astrologia", em tradução de Marcelo Borges, pela editora Siciliano e da autoria do egiptólogo John Anthony West. Gauquelin também é mencionado pelo astrônomo e acadêmico britânico Percy Seymour em seu livro Astrologia - a evidência científica (Astrology - the scientific evidence), traduzido pela editora Nova Era e editado por Waldemar Falcão. Gauquelin é visto com mais reserva. Seymour chega mesmo a citar uma repetição das experiências de Gauquelin, nas quais os resultados estatísticos esperados não foram encontrados (Seria como repetir uma receita de um bolo e o bolo não ficar bom, o que poderia levar o cozinheiro a duvidar da veracidade da receita). Em seu livro, no entanto, Seymour atribui às flutuações do campo geomagnético da Terra uma hipótese para esse resultado inesperado. De fato, Seymour acredita poder derivar um modelo cosmomagnético de ressonâncias de campo dentro do Sistema Solar para explicar os resultados obtidos por Gauquelin e essa foi a primeira vez que eu vi alguém propor um modelo físico para tentar explicar os fenômenos astrológicos.

A metodologia abordada pela Universidade de Brasília, sob liderança do astrólogo Francisco Seabra, segue uma linha diferente da de Gauquelin ou da de Seymour. O primeiro não conseguiu isolar variáveis humanas para verificar as técnicas da Astrologia tradicional, o segundo seria, isto sim, um cientista teórico que tentou elaborar modelos para explicar os resultados de Gauquelin, mas a verdade é que ambos desacreditaram da validade das idéias tradicionais da Astrologia.

Muitas vezes a televisão e outros setores da imprensa tratem com certos sensacionalismos essas notícias. Não faz muito tempo, por exemplo, que Pedro Bial "enterrou" definitivamente a Astrologia numa chamada do Fantástico, usando o peso da ciência como argumento de autoridade. Poucos meses depois, o mesmo Fantástico apresentava uma matéria especial sobre a pesquisa realizada na UnB e seus resultados relativamente positivos.

Mas quanto a metodologia usada na UnB, não é de todo novidade, embora haja ali algo de interessante que eu ainda estou tentando definir, talvez seja a idéia dos diários dos voluntários. Mas eu ainda não sei, mesmo por que os próprios pesquisadores indicaram que trabalhar com esses diários não foi fácil.

O astrólogo baiano Alexey Dodsworth cita a Física Quântica de um modo um tanto suspeito em suas idéias publicadas pela Constelar, mas faz algumas reflexões interessantes acerca do trabalho de Gauquelin, há algumas idéias de Alexey das quais eu não gostei muito, ou talvez até nem um pouco, mas ainda assim deixo aqui o link. Em se tratando de Astrologia e de astrólogos (e, principalmente, da imprensa e dos cientistas abordando o assunto), precisamos ter paciência. Estamos todos ainda aprendendo:

http://www.constelar.com.br/constelar/85_julho05/alexey1.php

(Advertência: Esse texto de Alexey é longo.)

Agora em agosto, ocorrerá um encontro de cientistas e astrólogos na UnB, e eu ainda não sei se conseguirei participar, embora tenha sido convidado a me inscrever. Esse trabalho da UnB está diretamente vinculado a esse encontro. Deixo aqui um link. E até a próxima vez em que eu tocar nesse assunto:

http://www.astroarte.com.br/pesquisa.html

Thursday, July 07, 2005

F1: A quem pertence os céus...?

Pode parecer ilário, mas aconteceu. Os seres humanos já estão começando a disputar poderes extraterrestres. Não, não estou me referindo a quadrinhos ou a filmes regados a pipocas depois de um passeio pelo Mc Donald's de um shopping center, estou me referindo a algo ainda mais estranho: a política. E nada mais terreno do que a política, certo? Bem, mais ou menos. Talvez, eu devesse melhor dizer: "disputar poderes estraterrestrialmente...". Ah! Enfim...

Numa verdadeira atitude de um "Movimento dos Sem - Planeta - Terra". Uma astróloga russa decidiu questionar a "ocupação" que se vem fazendo do espaço. E não se trata do "espaço geográfico" não, mas do espaço sideral mesmo. Ou pelo menos ela decidiu questionar o abuso que a NASA tem feito com os seus brinquedos por aí.

Os astrônomos e planetólogos que estudam o sistema solar tem certa dificuldade ainda para explicar como exatamente o Sistema Solar se formou. Por que existem planetas rochosos e outros gasosos? Como explicar suas diferentes composições químicas? Essas e outras questões ainda não estão bem respondidas por esses especialistas. Ora, uma de suas várias teorias afirma que os cometas transportam materiais muito antigos, que seriam capazes de dar dicas valiosas a esses pesquisadores a respeito do surgimento do sistema solar, isto é, àquele conjunto de corpos celestes que gravitam ao redor da gigantesca massa do Sol: planetas, cometas, asteróides, etc.

Creio então que teria sido esse um dos interesses mais motivadores que levou a NASA a investir cerca de 130 milhões de dólares (Quanto foi mesmo que Marcos Valério movimentou em suas contas bancárias?) para arremessar um projétil num cometa, forçando - o a "quebrar um pouco" e liberar parte desse material antigo para estudo desses cientistas.

É uma verdade bem estabelecida na Física, que quando dois corpos se encontram, seus trajetos são alterados por esse evento. O mesmo ocorre quando dois corpos se separam, ou quando um corpo se parte em duas ou mais partes. Essa idéia é um dos princípios de conservação presentes na Física desde Newton e René Descartes: a idéia da conservação da quantidade de movimento. Essa lei da Física, proíbe, por exemplo, que os estilhaços de uma granada voem todos para uma mesma direção, ao invés disso esses estilhaços devem se projetar nas direções mais variadas, exatamente como ocorre com os pedaços dos fogos de artifício. Portanto, corpos que se encontram ou se separam possuem seus movimentos vinculados pelas variáveis envolvidas nesse evento: velocidades, ângulo de colisão, etc.

Isso me faz lembrar uma piada, que corre entre os físicos, que diz que se os chineses saltassem todos ao mesmo tempo, isso poderia interfirir na órbita do planeta Terra.

Assim, a declaração da astróloga russa:

"É óbvio que os elementos da órbita do cometa, e sua efeméride correspondente, irão mudar após a explosão, o que interfere com meu trabalho de astrologia e distorce meus horóscopos"

[fonte dessa citação logo abaixo]

Seria, a rigor, uma afirmação correta. Porém os cientistas comparam o "Deep Impact" com uma mosca colidindo contra um avião no ar. Isto é, que o efeito do tal projétil sobre o cometa é irrelevante para a determinação de sua órbita.

Eu não quero nem começar a especular a respeito das possíveis reflexões políticas, éticas, filosóficas, etc. que podemos tirar dessa notícia ilária. A citação que eu usei acima, por exemplo, é da Folha On Line:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u13360.shtml

Já me basta presenciar o embate ciência x religião, na questão das células troncos, ou a respeito do aborto. E agora mais essa, que sem dúvida, uma questão bem menor, pelo menos por enquanto, mas que possui certa analogia válida.

Outra fonte dessa notícia pode ser vista em:

http://noticias.terra.com.br/popular/interna/0,,OI578375-EI1141,00.html

Há um comentário interessante, sob o título de Vomitron 4, nesse blog:

http://icarlos.blogspot.com/2005_05_15_icarlos_archive.html