Monday, August 15, 2005

Inquisidores da "Igreja do Progresso".

Gostaria de comentar um artigo, publicado por Hélio Schwartsman, editorialista da Folha, na Folha On Line, em 11 de agosto de 2005, disponível no seguinte link:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult510u206.shtml

Logo no primeiro parágrafo, o autor deixa clara a equação de "tristeza para a universidade brasileira" e "Tratamento tolerante à Astrologia". Sem dúvida o autor estaria mais feliz se os cientistas da UnB simplesmente repetissem o velho evangelho contra os astrólogos. Nesse primeiro parágrafo, ele diz:

"Ao contrário do que se poderia esperar de um evento patrocinado por pessoas comprometidos com o ceticismo que deve caracterizar a investigação científica, a programação do encontro não traz nada que sugira uma abordagem crítica"

Schwartsman deduz a ausência de "crítica" por parte dos participantes do evento, a partir dos títulos de algumas palestras. Os títulos sugerem que os palestrantes dirão a favor à Astrologia. Sem dúvida, Schwartsman parte do pressuposto (tido como óbvio e natural para ele) de que a Astrologia é um absurdo, logo a postura dos participantes só pode ser acrítica. A nós, cabe-nos a pergunta: quem afinal está julgando precipitadamente: os participantes do encontro de astrólogos que estão ali para simplesmente discutir entre colegas e com outros cientistas, ou o editorialista que alega a ilegitimidade do encontro, com base num "bom senso"?

Sem dúvida também deve haver os precipitados dentre os astrólogos, é claro; ou melhor as precipitações, afinal qualquer um de nós deve se precipitar vez ou outra, não apenas o Sr. Schwartsman. Aliás, ele próprio provavelmente concordaria comigo se eu dissesse que a prática científica, ou, antes, a prática racional deve evitar tais "pressas". A precipitação, a nosso entender, seria justamente a ação ou o julgamento sem as reflexões suficientes ou necessárias, ou executadas sem as devidas evidências ou, ainda, tomada sem a devida crítica das próprias limitações do método ou do processo que se seguiu.

Negar as possibilidades da Astrologia dentro do espírito daqueles que costumam se entitular de "céticos" significa a falta de vislumbre dessas possibilidades dentro do domínio estrito dos paradigmas físicos, químicos e biológicos. Ou seja, negar as possibilidades da Astrologia, em carácter definitivo, significa afirmar que o atual paradigma científico dominante é infalível. Esta afirmação, no entanto, seria um contradito ao próprio princípio da ciência de que deveria sempre permitir-se questionar as próprias verdades por ela estabelecida, pelo menos quando estes questionamentos se apresentassem dentro do mesmo rigor e das regras daquelas verdades que antes se estabeleceram.

Na prática, sabemos que a ciência não funciona assim; da mesma forma que sabemos que a democracia, na prática não é democracia. Prova viva disso, é a própria resistência irracional da Academia a temas "tabus" como a Astrologia. A linha que separa o necessário rigor da ciência de seu conservadorismo contraditório parece ser muitas vezes bastante tênue e nebuloso. Creio que se a comunidade científica acadêmica aprender a afastar essa neblina, isso seria suficiente para por a universidade numa crise profunda, mas com chances bastante frutíferas.

Ora, como eu não participei do encontro de astrólogos da UnB, eu não tenho como saber o que houve e o que não houve no evento que esteve ou não dentro desse espírito verdadeiramente ("verdadeiro", pelo menos do nosso ponto de vista) científico que mencionei. Da mesma forma que um operário na presidência da república não garante a redenção do povo brasileiro, também a presença da Astrologia na universidade, não significa que já tenhamos maturidade para aborda-la com os olhares científicos. Talvez alguns indivíduos já possuam alguma parte dessa maturidade, mas talvez muitos outros não.

Não estou a par de detalhes das propostas do encontro. Sei que a UnB realizou pesquisas coordenadas pelos seus docentes e, portanto, provavelmente dentro da seriedade necessária. De todo modo, o editorialista parece preocupar-se com a simples presença da Astrologia enquanto ciência, ou objeto de ciência, dentro da universidade. No artigo, ele expressa uma preocupação quanto a uma espécie de manutenção de ordem na universidade:

Não estou, com minhas reprimendas à UnB, me insurgindo contra o princípio da liberdade acadêmica, que reputo fundamental para a pesquisa científica. Mas mesmo este precisa ser utilizado com algum bom senso, ou entramos no reino do vale-tudo

Talvez a analogia entre ciência e democracia que apresentei aqui tenha soado algo artificial. Aqui, no entanto, não é o momento de explorar essa analogia até a exaustão. Mas devo mencionar que não sou o primeiro a faze-lo. N´O Mundo Assombrado pelos Demônios de Carl Sagan, por exemplo, há um capítulo abordando o tema. E devo mencionar também a tal liberdade de pesquisa, citada acima pelo próprio Sr. Schwartsman. E agora, ironicamente, nota-se como o segundo período da tal citação é uma contradição do primeiro. Ao que parece, de fato, a única diferença entre "liberdade" e "vale-tudo" é uma certa retórica na expressão, sendo que no segundo caso, há uma certa intenção pejorativa. Afinal de contas, se as regras e os métodos da ciência já estão dados, então por quê quando um grupo de indivíduos decide pesquisar algo, eles estão exercendo "liberdade", enquanto o outro grupo (digamos, os astrólogos...) está simplesmente num "vale-tudo", se eles estão seguindo as mesmas regras e métodos que os demais da Academia?

Começamos assim, então, a clarear o fato de que a relação entre ciência e democracia ultrapassa o simples emparelhamento da analogia. Podemos extender a relação entre democracia e ciência para algo mais íntimo: a continência; isto é, a imersão da ciência numa noção mais ampla, no caso a de democracia. Ora, sabemos que a democracia é o lugar do conflito, não da ordem; o que casa perfeitamente com os ideais da ciência. E não apenas nos ideais, mas até mesmo a prática. Apesar da ciência ser um método muito bonito quando proposto no papel (assim como a democracia), a prática costuma ser mais difícil. A universidade, por exemplo, é uma instituição social e, reproduzirá, portanto, os mesmos dramas de poder (políticos, portanto) do restante da sociedade; e a ciência que é feita nessa universidade é uma expressão cultural desses mesmos indivíduos, sujeita aos mesmos dramas e disputas. Seria, portanto, hipocrisia insistir na afirmação de que a racionalidade pura e límpida é a única variável em jogo no processo de construção da Ciência, bem como na definição daquilo que é ou não é permitido estar sob pesquisa dentro da universidade.

"Este é um momento triste para a universidade brasileira. É que, de amanhã até domingo, a Universidade de Brasília (UnB), uma das principais instituições do país, promove, através de seu Núcleo de Estudos de Fenômenos Paranormais (Nefp), o I Encontro Nacional de Astrologia do Brasil".

A idéia da universidade imersa na sociedade, ou da sociedade contendo a universidade, torna-se perceptível também quando muitas pessoas simplesmente repetem críticas caricatas à Astrologia de forma mecânica e irresponsável, num processo quase que de fabricação de um "tabu". Creio que é daí que surge aquele pressuposto do autor e, por isso, ele parece ser tão natural para aqueles que nunca questionaram essas origens. Isto sim, eu chamaria de uma postura acrítica.

Quando um pressuposto é assumido depois de investigação e observação, esse pressuposto é, na ciência, chamado de "postulado" ou de "princípio". Mas quando um pressuposto é assumido de forma irracional, trata-se de um preconceito, de fé ou tabu. Assim, a postura de Schwartsman em seu texto é simplesmente o contrasenso daquilo que ele pretende ser.

Do ponto de vista do autor daquela coluna, o problema da Astrologia encontra-se cientificamente resolvido. Na verdade, porém, devemos aqui dizer que o texto em questão desmerece sequer a possibilidade da Astrologia se impor como problema científico.

A meu ver, um dos maiores méritos de Carl Sagan, foi recusar-se a particicipar de um abaixo-assinado contra a Astrologia do qual constava dezenas de outros cientistas, inclusive vários vencedores do prêmio Nobel. Sagan disse ter-se negado por considerar o conteúdo da carta "autoritário" e disse: "O fato de não conseguir se imaginar algum mecanismo" pelo qual a Astrologia poderia funcionar, não significaria que ela não existe. O próprio Shwartsman admite a certa altura:

"Embora nem eu nem ninguém possamos descartar a existência de uma energia sutil oriunda dos astros que seja capaz de influenciar o psiquismo e o destino dos seres humanos..."

Na verdade, pode ser que até mesmo a possibilidade de uma energia sutil e desconhecida não seja o caso da Astrologia. A suposição levantada por Shwartsman é muito comum, mesmo entre os mais leigos, talvez por que a Física mais fundamental hoje conhecida sempre se baseia na noção de forças e energias como conceitos, mas a verdade é que não se deve descartar a possibilidade da Astrologia extrapolar até mesmo esses paradigmas mais abrangentes aceitos pela nossa Física. E, para ser bem franco, pessoalmente, eu diria (apenas para partilhar algum palpite com o leitor) que se a Astrologia de fato existir, como muitas vezes me parece, então ela provavelmente não apenas abarca esses paradigmas, mas ao mesmo tempo também os extrapola. Sagan utilizou a expressão "mecanismo desconhecido", creio que esse paradigma também não é suficiente.

Mas o autor da coluna continua assim, sua sentença:

"(...), é preciso ter perdido todo o espírito crítico para aceitar os pressupostos da astrologia".

Nota-se que Schwartsman confunde certos julgamentos aqui, não por incapacidade intelectual evidentemente, coisa que certamente não lhe falta; mas uma coisa é aceitar que a inexistência de mecanismos conhecidos para a Astrologia não signifique sua exclusão como possibilidade de verdade, outra coisa, bem diferente, seria estar desprovido de senso crítico por reconhecer isso; ou ainda dizer que reconhecer isso, significa aceitar os pressupostos da Astrologia. Carl Sagan, como já pude exemplificar aqui, assumiu em seus livros que não acreditava na Astrologia, mas tinha tato para reconhecer que a ausência de um mecanismo conhecido era insuficiente para descartar completamente suas possibilidades. A passagem a seguir, mostra como o editorialista, no entanto, continua insistindo na armadilha do "mecanismo" (embora por simples retórica) e a utiliza como argumento (falso) contra a Astrologia:

"Aliás, qual é, no processo de nascer, o momento astrologicamente relevante? É quando o bebê atravessa o canal vaginal? Se sim, qual parte do bebê? A cabeça, as pernas? E se o parto for cesáreo?"

São perguntas que eu, como semi-profissional (e pesquisador amador) de Astrologia, também gostaria de saber as respostas. Se é que essas perguntas de fato fazem algum sentido. A História do Pensamento parece sugerir que as respostas corretas são tão caprichosas, que elas só aparecem diante das perguntas corretas. Geralmente as pessoas costumam achar inteligente aquelas pessoas que dão as respostas. Mas na verdade, o perguntar corretamente é algo tão difícil quanto responder corretamente. Isso provavelmente acontece, por que é a pergunta que nos lança em que direção iremos buscar as respostas e dentro de quais paradigmas. Uma analogia tosca, mas que me ocorreu agora e achei engraçado: quem já tentou buscar algo no Yahoo ou Google sabe que a "pergunta" deve ser "bem formulada". Certa vez, um físico disse que Einstein nao foi genial por ter feito as grandes descobertas, mas sim por que ele soube fazer as perguntas certas, nos problemas certos, o que acabou por levar-lhe às suas grandes respostas.

Quanto ao nosso caso, enfim, sei que para a atual prática astrológica, aquelas perguntas não fazem muito sentido. Do ponto de vista teórico, a última pergunta posta pelo editorialista da Folha é a mais interessante, as outras perguntas são tão irrelevantes quanto discutir qual o momento, se toma como mais adequado, para se considerar quando um ônibus saindo de São Paulo chega a Curitiba: quando ele passa com pára-choque na entrada da cidade? Ou quando passa a ponta do nariz do motorista? São preocupações irrelevantes para medir o tempo gasto numa viagem, por exemplo.

Fica, no entanto, claro que questionar os fundamentos da Astrologia daquela maneira era apenas um recurso de retórica, que visava convencer o leitor do exotismo científico da Astrologia, poderíamos citar aqui no entanto que, "se a realidade fosse óbvia a ciência seria desnecessária". No entanto, o editorialista, bem ou mal, reconhece a insuficiência de seus argumentos no trecho:

E, já que entramos no terreno da lógica, é justamente devido a uma armadilha lógica que a "cientificidade" da astrologia prospera. É simplesmente impossível demonstrar cabalmente a inexistência do que quer que seja.

Bem, nota-se que a concessão feita pelo autor foi, na verdade, muito pequena. Especialmente no sarcasmo no trecho anterior:

amanhã alguém poderá propor --e conseguir-- que a UnB financie uma expedição científica ao pólo Norte em busca de Papai Noel. Em termos rigorosos ninguém até hoje demonstrou que o bom velhinho não existe.

A analogia Astrologia - Papai Noel sem dúvida satisfaz aqueles que o autor chama de "céticos". Embora seja verdade que não haja provas rigorosas que Papai Noel não exista, devemos lembrar que também não existem provas absolutas de que o leitor que agora está lendo estas linhas também exista ou não. E, mais uma vez, o Sr. Schwartsman está confundindo julgamentos. Não é a falta de provas de que a Astrologia seja inexistente que torna justificável o interesse nela como objeto de estudo e discussão (inclusive discussão científica), mas sim a existência de pessoas sérias interessadas no assunto, no passado e no presente.

Schwartsman recorre ao tradicional argumento dos gêmeos. Ele cita seus próprios filhos gêmeos, de três anos e meio. Ele menciona que eles têm personalidades muito diferentes, embora tenham o mesmo mapa astrológico. Segundo Schwartsman isso seria suficiente para invalidar a Astrologia. Sagan também gosta bastante desse argumento, como aliás, qualquer um desses ditos "céticos", quando resolvem escrever sobre o assunto. Mas puxa... Será que os astrólogos de todos os tempos nunca pensaram nesse argumento? Os astrólogos devem ser muito distraídos, não é mesmo? Que pena que eles não são espertos como os céticos...

Bem, não sou especilista em Genética. Mas sei que se afirma que os genes influencia mais do que a aparência física: o temperamento, por exemplo. Por incompetência, não posso discorrer mais nada sobre Genética, mas talvez eu consigo dizer o que preciso. Mesmo de minhas levianas leituras, fica-me claro que a influência dos genes na determinação de comportamentos ou inteligência são muito mais incertos para os cientistas do que digamos, a propensão para se contrair um câncer, ou um traço físico.

Ora, muitos dos gêmeos são também clones um do outro. Algumas vezes, no imaginário popular, um clone é uma cópia perfeita de alguém. Muitas vezes dizem: "Puxa, se clonarmos o Roberto, teremos vários Robertos." Ora, tolice, se clonarmos o Roberto, teremos alguém fisicamente parecido, mas será outra pessoa totalmente diferente. Irmãos gêmeos univitelinos são exemplos claros disso.

Nesse caso é fácil perceber que a culpa do erro é do imaginário popular, não da Genética. E as pessoas facilmente aceitam que de alguma forma a Genética poderia explicar as divergências. Se ela não tiver a explicação, no futuro provavelmente irá obtê-las.

O imaginário popular também afirma, muitas vezes, que pessoas nascidas em datas horas e locais parecidos também deveriam ser, de alguma forma, idênticas... Fosse no temperamento, fosse no destino. Dessa vez, no entanto, pelo fato da Astrologia não possuir a mesma autoridade social da Genética, a culpa facilmente recai sobre a própria Astrologia. Isso acontece por que a Genética é considerada uma autoridade científica inquestionável, enquanto a Astrologia é vista como um "saber das estrelas" que algumas pessoas "alegariam saber acessar" por alguma razão, ou ter decorado alguma meia dúzia de regrinhas em alguma revista boba e talvez somado a isso alguma intuição que talvez tenha aprendido a sentir.

É claro, que qualquer astrólogo experiente, de qualquer século da História, saberia que irmãos gêmeos não têm destinos iguais e nem temperamentos. Mas poucos se lembram de pensar nessa possibilidade.

Enfim, o fato é que pessoas "céticas" prefere qualquer pequena explicação racional barata a todo o ar de mistério e fantasia que circula a Astrologia e que, infelizmente, também muitas vezes é banalizada. De qualquer modo, a não coincidência de destinos e temperamentos entre irmãos gêmeos mostra que a relação entre os genes e o temperamento e o destino (contrair câncer ou morrer cedo, por exemplo), se existir, certamente não seria óbvia. Oras bolas, o mesmo então se diria a respeito do momento constelado no céu e sua relação com o temperamento e o destino do indivíduo.

Tornou-se lugar comum a afirmação de que "A Astrologia é bobagem", por mera repetição mecânica e automatizada nos círculos, digamos assim, "pseudointelectualizados". Algumas pessoas quando quer sinalizar que é inteligente e que está acima de certos patamares, encontra na ridicularização à Astrologia um bode expiatório fácil e estabelecido, os argumentos já estão todos prontos basta repeti-los. E é impressionante: são sempre os mesmos.

Eu costumo dizer que quando as pessoas repetem todas as mesmas coisas, isso é um forte indício de que elas já pararam de pensar no que estão dizendo. No fundo, essa repetição também pode ser quotidiana e todos o fazemos, muitas vezes agiliza certos diálogos de rotina, por exemplo. Mas muitas vezes essas repetições acaba por trabalhar a favor de preconceitos, perseguições e estabelecimento de idéias viciadas, ideologias, etc.

Não que todos os críticos à Astrologia fique nesse nível leviano, alguns vão mais além. Mas o limite raramente ultrapassa o paradigma cientificista, geralmente o paradigma cientificista é algo inquestionável para eles.

É sim verdade que existem muitas pessoas sem nenhum preparo científico envolvidas com a Astrologia, inclusive profissionalmente. Isso de qualquer forma é um direito que elas têm. Um pintor não precisa ser graduado ou técnico em Química para misturar as suas tintas. Com isso, eu quero dizer que a abordagem científica está longe de ser a única possível para a Astrologia. Muitas culturas que não fazem idéia do que seja ciência (tal como a entendemos), possuíam ou possuem alguma forma de Astrologia.

Essa distinção é importante. Já li muitos autores astrólogos que estão preocupados em rotular a Astrologia como "ciência". Alguns desses autores fazem um trabalho interessante nesse sentido (embora bastante discutível, sob vários aspectos), outros não (a maioria). Primeiro deve-se deixar claro que "ciência" e "verdade" não são sinônimos. A ciência ocidental, sem dúvida, é um dos nossos maiores legados culturais, mesmo com todas as suas deficiências enquanto instituição humana (a perversa exclusão social de seus benefícios, por exemplo). Mas é fato que se criou aquele mito do "cientificamente comprovado", que acaba por fazer muitas pessoas confundirem ciência com verdade.

Não são todos os astrólogos que pretendem que a Astrologia seja tratada por ciência, como Shwartsman dá a entender em sua coluna, como também reproduz o vício de que essa seria a única possibilidade. Pessoalmente, muito me agrada que existam pessoas interessadas em abordar a Astrologia cientificamente, e creio mesmo que isso é da maior importância. Mas creio que restringir a Astrologia a somente isso, seria empobrece-la demais. É maravilhoso e belo utilizar as teorias de Newton para compreender a órbita da Lua e a dispersão do Arco-Íris, mas seria um crime proibir os poetas, religiosos e astrólogos de expressar as profundezas humanas com seus lirismos e simbolismos e muitos se esquecem de que ambas as formas, e não apenas uma delas, são produtos da mente e do coração humanos.

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