Monday, December 22, 2008

Ne me quittes pas.

O verbo "quitter" em francês poderia ser traduzido como "abandonar" ou "deixar". E, poara quem não sabe, em francês existem duas partículas de negação:

Ne me quitte pas

Então, "eu não falo francês" seria algo como "eu não falo francês não" dizendo o não duas vezes. O primeiro não é o "ne", o segundo "não" seria o "pas":

Je ne parle pas français

(eu não falo [verbo "parler" - falar] francês)

Mas... o verbo quitter é especialmente forte. Mais forte do que o "abandoner" (abandonar), eu acredito (não pesquisei).

A música começa com a frase

Ne me quitte pas (Não me abandone)
Il faut (é necessário) oblier (esquecer)

Depois eu preciso checar essa tradução. Meu francês está bem enferrujado... rs.

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Essa música, Ne me quitte pas, é a minha música agora para deixar São Paulo.

http://www.youtube.com/watch?v=zfqgFoIdeUE&feature=related

Esse, para quem não entende francês está com legendas em... holandês!

Mas há também essa versão com legendas em Inglês para quem preferir:

http://www.youtube.com/watch?v=shjCk6Y8m6c&feature=related

Dizem que esse cantor belga, Jacques Brel, é bastante famoso na França.

Há também a versão maravilhosa da cantora brasileira Maysa, a quem conheci graças a minha amiga Júlia (com legendas em Português):


http://www.youtube.com/watch?v=8gtOXoXeWQc


Nesse outro vídeo achei interessante o que ela fala a respeito do "científico", pondo-o em oposição à criação e depois (e isso é genial) ela cai na dúvida:

Não, não... Não, não faça isso.
O científico é uma coisa programada
Criação é uma coisa que nasce
Nasce com a gente, com as nossas dores, as nossas neuroses, os nossos sorrisos...
Não, não, não...
Criação é uma coisa muito importante.
O científico também é, mas o científico é científico, né?
Ou não?



http://www.youtube.com/watch?v=lIrEewDVEhQ


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Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Il faut (é necessário) oublier (esquecer)
Tout peut (tudo pode) s'oublier (se esquecer)
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps (esquecer o tempo)
Des malentendus (os mal entendidos)
Et le temps perdu (e o tempo perdido)
À savoir comment
Oublier ces heures (esquecer essas horas)
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas (x4)

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas (onde não se chora)
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort (após a minha morte)
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas (x4)

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas (x4)

On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan (o antigo vulcão)
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas (x4)

Ne me quite pas
Je ne veux plus pleurer
Je ne veux plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas (x4)

Friday, December 19, 2008

Mercuriações

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Outro dia eu estava pensando nas palavras com final "ulho". São bem interessantes e nos remetem a uma teia fina como um Haikai. Bem, pelo menos eu... rs.

Barulho
Mergulho
Entulho
Bagulho
Fagulho

É interessante pensar na idéia comum que permeia essas palavras.

Ah! Lembrei de mais uma: "embrulho".

Aliás, e mais outra me ocorre ainda... essa talvez a mais intrigante de todas: "orgulho".
E aí? Acha que tem mesmo relação?
Pois é. Eu adoro pensar nas palavras. Sou bastante mercurial.

Há ainda o mês de "julho", mas esse eu acho que não tem relação não. Se tiver deve ser bem abstrata. Eu imagino que não deva haver muito mais do que a simples derivação sonora de "Júlio" para "Julho", sei lá...

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Brasília-pe Sika (Chegada a Brasília - going back to Brasília)

Já está definido. Estou arrumando minhas coisas e estou voltando para Brasília. Mais uma vez, estou levando bastante livro. Inclusive O Nome da Rosa, a biografia de Einstein, Imaginação Sociológica (de Wright Mills), O Tratado da Emenda do Intelecto (de Espinosa), a Gramática Latina (de Napoleão), um Método de Sânscrito, o Teatro em Tupi de José de Anchieta, livros de ciências, livros de Astrologia (inclusive um de sinastria bastante interessante).

Há ainda um livro de "Hindu Astrology".

E acho que só... Nada demais. Talvez eu leve alguma panela comigo...rs.

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Xe pukumonhanga

No céu, há uma conjunção Sol-Marte-Plutão. Bastante interessante. Espero que me dê forças e não conflitos, nem tensões. Preferiria tomar essa energia para, como sugeriu minha amiga Andrea, "engrandecer" (xe pukumonhanga)!

Wednesday, December 17, 2008

Mens in Corpore... Leituras da Mente.

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Lembro de uma palestra que o físico brasileiro Moysés Nunssenzveig (mais conhecido pelos seus livros didáticos publicados em letra de mão...!) proferiu no Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP. Lotado. Se não me falha a memória ele falou também da extraordinária complexidade da Física das nuvens, mas enfim... não é meu ponto agora.

Estou certo do seguinte: ele havia opinado nessa palestra que uma das grandes áreas de pesquisa da Física do século XXI seria a investigação do cérebro. Desde criança, sempre me fascinou a possibilidade de se construir uma máquina capaz de ler as imagens dos sonhos e da imaginação.

Acabei de ler uma matéria sobre isso na Internet. É a primeira vez que leio a respeito de cientistas que obtiveram resultados nesse sentido:


Os cientistas esperam que a pesquisa, publicada na revista científica Neuron, dos Estados Unidos, venha a ajudar pessoas com problemas de fala ou médicos que estão estudando problemas mentais, ainda que existam questões de privacidade a considerar caso a situação chegue ao estágio em que alguém poderia ler os sonhos de uma pessoa adormecida.


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Fonte da Notícia:

http://br.tecnologia.yahoo.com/article/17122008/5/noticias-tecnologia-voce-olhando-cientistas-japoneses.html


Diretor de Pesquisa do Projeto:
Yukiyasu Kamitani, do Advanced Telecommunications Research Institute International, um instituto privado sediado em Kyoto, Japão

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De acordo com a matéria, os cientistas conseguem, através de varredura, e a partir das correntes elétricas do cérebro, inferir imagens de um objeto que um sujeito (ou talvez fosse melhor dizer "indivíduo"?) observa.

Achei esse resultado espetacular. Sempre me fascinou esses problemas de percepção em Física. Fernando Pessoa certa vez escreveu:

"Pois o que é tudo?
Senão o que pensamos de tudo?"

De fato, a Física é incapaz de distinguir entre o verde ou o vermelho, exceto enquanto faixas estabelecidas de freqüências, sem nenhuma fronteira especial entre elas, a não ser a própria convenção da percepção do próprio ser humano. Ou seja: do ponto de vista físico, a cor em si, não existe.

Os índios tupis possuíam a mesma palavra para "verde" e para "azul". Será que eles percebiam essas cores de forma diferente de como nós as percebemos? E os esquimós com aquela famosa e tão repetida história das percepções da cor branca?

Sabemos hoje que a luz é uma perturbação do campo eletromagnético no espaço. E que no fim das contas tal perturbação é decodificada em correntes elétricas no cerébro. O que os cientistas da matéria acima conseguiram fazer foi (a meu entender): detectar as oscilações elétricas cerebrais, recodificando-as em impulsos elétricos fora do cérebro para um computador que, naturalmente, poderia reconverte-las em novas ondas eletromagnéticas no espaço (como essas que saem do seu monitor agora, caro leitor), ou seja: novas imagens.

Em outras palavras: aos objetos reais correspondem ondas eletromagnéticas refletidas que são convertidas em impulsos elétricos no cerébro que, de alguma forma, o cérebro faz corresponder a imagens. Ora, se os cientistas japoneses conseguem inferir esses sinais elétricos no cérebro, podem converte-los novamente em perturbações eletromagnéticas para nossos olhos que serão novamente interpretadas como imagens, mas agora na mente de outra pessoa e assim a pessoa vê o que a outra viu e, potencialmente, poderá ver o que a outra pessoa sonha ou pensa.

Mas o que eu acho mais fascinante disso tudo é o seguinte: nada disso, nenhum desses estudos, são capazes de sondar o mistério de como o cérebro transforma o sinal elétrico das imagens de nossas mentes. Em outras palavras, tudo o que os cientistas japoneses dessa matéria fizeram, foi conseguir manipular uma informação elétrica dentro do cérebro, mas não creio que eles tenham ainda tocado no mistério da origem das imagens na mente.

Mens in Corpore...

No campo da Filosofia, acho que Espinosa nos permitiria pensar de forma muito interessante a respeito, devido a sua concepção do Homem como expressão de dois dos infinitos atributos de Deus e de sua famosa proposição 7 da parte II de sua obra máxima, a Ética, acerca da ordem e da conexão das coisas e das idéias.

Aliás, Espinosa trabalhava como fabricante de lentes... O que me parece algo bastante significativo.

Jung também escreveu coisas interessantes a respeito da percepção visual: acerca de uma independência entre órgãos visuais e percepções visuais e de possíveis relações acausais entre ambos. Várias idéias acerca de acausalidades é realmente uma das marcas da obra junguiana.

Nunca li as reflexões de Goethe a esse respeito, nem as de Newton. Já ouvi dizer que Darwin também ficou bastante fascinado pelos olhos humanos, mas não faço idéia acerca de quê ele poderia ter refletido a respeito, exceto de seu deslumbramento diante da possibilidade de um processo evolutivo produzir algo tão maravilhoso.
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Abaixo desenho atribuído a Leonardo da Vinci, acerca de estudo a respeito da anatomia do Olho.
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Monday, December 15, 2008

Cardamomo, Focus, Ninastya, Moon far Away e Chimichurri.

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Hoje eu estou na casa de minha amiga, ao lado da USP. Ela é professora e eu adoro visita-la porque ela sempre tem excelentes assuntos, músicas e ótimos livros. Mais uma vez hoje ouvimos músicas russas, cantadas em russo, a banda chama-se Moon far Away e inclui repertórios folclóricos (folks) da Sibéria, cantos medievais, poemas em russo numa doce e melodiosa voz. Queria pôr aqui o nome da cantora, mas está em sirílico (o alfabeto russo). Claro, não entendo nada de russo, mas mesmo assim é lindo de se ouvir, inclusive os "requiens" (músicas fúnebres).

Ouvimos também a magnífica e interessante banda de rock chamada Focus, da Hollanda (anos 60 e 70). Adorei o baterista, vocalista e o baixista desse grupo. Mas ela me corrigiu: "Todos na banda são bons".

Nossa!!! Adorei quando ela me preparou o Tchai, um tipo de chá indiano, que ela tinha aqui. O normal seria prepara-lo com chá preto e leite. Mas ela teve de me servir sem o chá preto, mas mesmo assim ficou delicioso. O Tchai é um preparado rico em especiarias. Contém canela, cravo, gengibre, anis estrelado e Cardamomo. Esses temperos são torrados, fervidos (chá de especiarias), coados em pano e depois misturados ao chá preto ao leite.

Tentamos encontrar esse chá no livro "Arqueologias Culinárias da Índia" de Fernando de Camargo-Mouro. Apenas encontramos o Haichi Cha ou Haichi Chai (Chá de Cardamomo) na página 23. Mas não tentamos prepara-lo.

Todos que estudaram na escola as Grandes Navegações portuguesas sabe que a Índia é a terra das especiarias. Especialmente a Pimenta do Reino, o cravo...

Ela foi até a cozinha e me trouxe sementes inteiras de Cardamomo para eu conhecer e me mostrou também sua coleção de cascas dessa semente, que ela guardava para o preparo de chás dessas cascas, que possui também funções medicinais: ajuda o intestino, a robustez...

No livro "Guia A-Z de Plantas Condimentos" de Paula Negraes, descobrimos que o Cardamomo é utilizado como condimento para café na Arábia Saudita. Nas mil e uma noites, diz a autora, o Cardamomo é citado como condimento afrodisíaco. Na Índia o cardamomo é chamado de "ellatari" (sementes de "ela", o nome da planta). Na Índia a semente é de uso tradicional em doces.

Aqui eu mordi a semente e fiquei impressionado com a explosão de sensações e de sabores que tive na boca com uma única sementinha. Poderoso o negócio, viu... E pensar que especiarias como essa já chegou a ser comercializado a peso de ouro na Europa...

Mas eu também gostei de conhecer o Chimichurri, tempero argentino.

Depois ouvimos música indiana, ela preparou um bolo, eu fiquei lendo o livro de Joseph Campbell, "O Poder do Mito", que livro magnífico. E ela voltou a me mostrar a banda russa favorita de uma amiga nossa. A banda chama-se Nenasty e a vocalista chama Nenastya.

Saturday, December 13, 2008

Paranapiacaba e GTP - Teatro da Poli.

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Um dos lugares onde eu mais tenho vontade de morar é Paranapiacaba. Distrito de Santo André, lugar turístico, patrimônio histórico, reserva natural.

Depois de ter assistido à peça de minha amiga Maína, ontem eu fui assistir mais uma vez outra peça de teatro do GTP - Grupo de Teatro da Poli. Grupo com 55 anos de história e que contou com Manuel Bandeira na sua fundação.

Claro, o preconceito que me ensinaram a ter contra a Poli me ensinou a não enxergar esse grupo durante toda a minha estadia na USP. Mas agora, felicita-me muito descobrir, através dele, que existe uma tragédia de uma autora de Santo André, entitulada "Paranapiacaba - De onde se vê o mar".

De fato, em Tupi. O verbo "pyak" é o verbo "ver" e "Paranã" é mar. Enquanto que "aba" é um designativo de lugar. O verbo "pyak" conjugado ficaria assim:

ixé apyak (eu vejo)
endé erepyak (tu vês)
a'e opyak (ele vê)

etc.

Sim, em Tupi a flexão do verbo é pela frente. "Eu vejo o mar" seria

Ixé apyak paranã.

Ou na ordem mais usual, em Tupi, com o verbo ao fim da frase:

Ixé paranã apyak (eu o mar vejo)

Outra possibilidade de expressar isso em Tupi, com o objeto incorporado ao verbo, esse recurso não existe em Português:

Ixé aparanãpyak (eu vejo o mar)

Pode-se também, e até mais usual em Tupi, omitir o sujeito "Ixé" (eu):

aparanãpyak (vejo o mar)

Agora, acrescentando o "aba" que significa "lugar" e omitindo o "a" do verbo na primeira pessoa:

paranãpyakaba (de onde se vê o mar).

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De fato, Paranapiacaba é "o lugar de onde se vê o mar" (ao longe... bem longe!)... Tanto que uma das personagens da peça diz "aqui não tem mar!". Linda essa fala.

Paranapiacaba é um lugar também das velhas estações de trem, outro tema também muito explorado na peça e bem retratado nesse video do YouTube:

http://br.youtube.com/watch?v=9UY58spuwz0


Putz... Em todas as minhas postagens agora eu vou colocar vídeos do YouTube? Acho que não. Mas esse vídeo é bonitinho. Montagem com um poema do Manuel Bandeira, que muito me lembra os tempos em que eu morei com o Sinki. Lembro dele recitando o "trenzinho do caipira".

Sinki, além de astrônomo, como já disse, adorava recitar os poemas do Manuel Bandeira. Aliás, já falamos do Bandeira aqui quiando falamos da fundação do GTP.

Depois de ser estudante da Poli, o bandeira adoeceu e teve de fazer tratamento no exterior. Depois, ficou até a velhice esperando a morte.

Paranapiacaba, com sua famosa "neblina inglesa" (a cidade foi construída por ingleses, com participação do Visconde de Mauá) é onde se pode presenciar bastante da mata nativa do Estado de São Paulo:

http://br.youtube.com/watch?v=06tA1fyVDbk&feature=related

Friday, December 12, 2008

Sutilezas.

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Dança Chinesa

Hoje eu estava conversando com minha amiga Andrea pelo mensageiro (saudade de você Andrea!). Trocamos alguns vídeos de dança pelo YouTube. Ainda não mostrei a ela, mas tive a felicidade de reencontrar um vídeo de Dança Chinesa, muito bonito e que está entre as coisas mais belas que já vi:

http://br.youtube.com/watch?v=986KLUFb_fY


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Biografia de Einstein

Já comentei aqui que estou lendo a biografia de Einstein escrita por Abraham Pais. Uma das melhores.



É uma biografia escrita por um cientista, especialista na Teoria Quântica, que procura abarcar aspectos tanto científicos como pessoais de Einstein. Alguns poderiam temer essa biografia devido a eventuais passagens técnicas e até mesmo equações, mas por enquanto minha opinião é a de que a riqueza do livro é justamente essa: um trabalho minucioso e que não omite os aspectos científicos.
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Wednesday, December 10, 2008

Questão Indígena em Roraima - parte 2.

Segundo a declaração de ministros à Folha, é a primeira vez que o Supremo Tribunal Federal julga uma questão de tamanho potencial polêmico, sendo natural que questões e discussões de ordem mais geral venham à tona (referir-se-ia aqui a questões de outras demarcações de reservas indígenas no Brasil e que o julgamento desse caso se tornará paradigma para o julgamento de outros casos semelhantes, essas questões preocupam muito os dirigentes da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, os quais são favoráveis à "demarcação em faixa contínua" como decisão do STF).

Em decisão parcial, o STF apresentou julgamento favorável a esta expectativa da FUNAI. Jornalista da Globo falou em "comemoração tímida" da parte indígena, confesso que não entendi o que se quis dizer com isso (do ponto de vista político, especialmente). Os índios disseram temer reação violenta dos empresários (arrozeiros) interessados em explorar suas terras ("deles" do meu ponto de vista). Os empresários (que também detém o poder de prefeituras locais) disseram vão reagir através da justiça.

Eis um trecho da matéria do Globo:

O coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Tuxaua Walter Oliveira, pede que o contigente da Força Nacional permaneça na área. Ele disse que tem receio das consequências da decisão do Supremo [Tribunal Federal].

Publicada em 10/12/2008 às 19h29m por Evandro Éboli.


Quem quiser ler a matéria (curta) original do Globo, o endereço é:

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/12/10/votacao_do_stf_comemorada_de_forma_contida_pelos_indios_de_roraima-586941498.asp

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A Justiça brasileira parece estar vivendo agora uma ótima fase.

São indícios disso, por exemplo, a recente condenação de Dantas e de seu banco Opportunity! Vejam vocês, banqueiro sendo condenado no Brasil... Puta merda!! Isso parece ficção científica (sendo portanto tema desse blog :-). A respeito da condenação de Dantas, o famoso jurista Dalmo Dallari comentou que o julgamento foi sólido e bem embasado e que "Eles tinham tanta certeza da impunidade que deixaram marcas demais".

O banco Opportunity também foi condenado a pagar indenização de R$ 100 mil a Márcia Cunha... ou seja, uma pessoa enfrentou um banco e... venceu!!!

Viva a Justiça Brasileira! Vida longa aos Povos Indígenas!
Vida longa à ciência, sabedoria e à cultura brasileiras!

A respeito da declaração de Dalmo Dallari e Cia...
Tudo isso pode ser lido no Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim:

http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=2266

Aliás, esse sítio do Paulo Henrique Amorim, vem me parecendo um dos melhores da Internet, pela independência de seu pensamento, beleza e visão verdadeiramente crítica do Brasil.

Tuesday, December 09, 2008

Questão Indígena em Roraima.

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Estou com a Folha de S. Paulo de hoje (terça) aqui na minha mão. A matéria de capa, falando das Bolsas e a foto de primeira página falando do povo daquela cultura que, supostamente, não utiliza dinheiro: os povos indígenas, nesse caso, de Roraima.

Aliás, pouca gente sabe, mas em Língua Tupi (que vale esclarecer: não é a língua de Roraima), por exemplo, não existe o verbo "ter" (que acho que vem do "Tenere" do Latim) como na nossa ou o verbo "to have" ou "Avoir" do Inglês e do Francês. Já nas línguas indígenas de Roraima, não, não faço idéia como é. Mas os índios ali estão mobilizadíssimos com a questão da demarcação de terras.

Achei a matéria pouco profunda talvez, mas talvez fosse difícil aprofundar o assunto, sem se posicionar e acho que o editorial da Folha prefere não ter um posicionamento explícito, principalmente nesses casos. Havia subtítulos na matéria como "Polêmica", etc. Acho que seria possível o aprofundamento com levantamento histórico do conflito. É quase impossível entendermos verdadeiramente um conflito político sem termos uma contextualização histórica dele. Mas, pelo o que eu tenho visto, isso não parece ser entendido como jornalismo. Mas também, preciso fazer (alguma) justiça: havia alguma historização, a matéria falava da homologação das demarcações de terras pelo presidente Lula em 2005. Bem, acho que isso era o mínimo. De qualquer forma, fico feliz em ver os indígenas na capa do jornal.

Um prefeito local e arrozeiro diz que “irá receber índios à bala”, uma declaração bastante curiosa a ser dada por um “prefeito” em um caso que está no Supremo Tribunal Federal. É realmente curioso pensar nessa relação entre “justiça” e esses modos, digamos assim... aham (pigarro)... “civilizados” a ser expresso por um prefeito.

A matéria não me foi suficiente para entender a questão de “demarcação contínua” (reservas restritas apenas aos índios) e “demarcação não-contínua” com reservas indígenas ilhadas e os brancos convivendo entre essas ilhas. Não me sinto habilitado a julgar entre um e outro. Mas vejo com olhar muito suspeito esses que defendem “convívio entre brancos e índios”. Pois minha pergunta é... Tá, convívio... mas quem iria dominar quem? Acho que os índios brasileiros devem ter o máximo de autonomia possível.


Foto de Rosa Gauditano

Há uma bela passagem sobre isso, nos arquivos da Folha Online, de uma entrevista de um dos maiores antropólogos do século XX, o francês (e que conhece bem o Brasil) Claude Lévi-Strauss:

FOLHA - Hoje, no Brasil, há um problema grave quanto à demarcação das terras indígenas. Há massacres de índios, como os ianomâmis. Há um conflito de interesses entre índios, militares, garimpeiros. Ao mesmo tempo, toda a sociedade brasileira está em estado de guerra civil. A polícia mata cidadãos a sangue-frio, em suas próprias casas. Como defender a questão dos índios nesse contexto? Por que eles devem ter status privilegiado em relação ao resto da sociedade?

LÉVI-STRAUSS: São problemas para os brasileiros. Dizer que demarcar as terras dos índios é lhes dar um direito excepcional me parece completamente contrário à realidade. Só há um meio de tentar remediar o enorme mal que lhes foi feito no momento da colonização, quando foram exterminados por meios diretos ou indiretos. É preciso lhes devolver uma parte, ainda que pequena, do que foi o território deles, isto é, a totalidade do continente. Se eu tivesse o poder, devolveria aos índios o máximo que pudesse. Mas, ao mesmo tempo, reconheço que, do ponto de vista brasileiro, há problemas. Trata-se de um grande país, que tende a se modernizar até o seu interior mais profundo. Não tenho também argumentos decisivos a propor.


Há quem diga que tais índios estão sendo dominados pelos EUA (com supostos interesses econômicos, pedras preciosas, etc.) e que, por eles estarem em região de fronteira, isso ameaça a soberania nacional. Tenho visto muito esse tipo de discurso na boca dos universitários, mas não sei até onde isso é verdade. Mas sem dúvida, eu sei que há cristãos estadunidenses catequizando os índios, trazendo-lhes pobreza (que só existe no mundo capitalista) e miséria, alcoolismo, vícios... depois culpam o demônio por isso e os convertem. A esse respeito, eu pude ouvir pessoalmente a antropóloga Betty Mindlin falar das igrejas encrustradas bem no meio das tribos alterando a cultura e a convivência desses povos profundamente em questão de poucas décadas (que ela mesma testemunhou - anos 70, 80 e 90 - e nos contou), com pastores convencendo os pajés a enterrarem seus cajados e que sua sabedoria é coisa do diabo. É uma realidade triste, de qualquer maneira, pois tudo isso apenas mostra que os índios vivem 500 anos de massacre, molestação cultural, genocídio... e claro, isso descaracteriza seus modos de viver, assimilando a nossa pobreza, e depois ainda sofrem preconceito por isso.

O próprio Lévi-Strauss acredita (de forma natural) no desaparecimento dessas culturas. O que seria uma tristeza, sem dúvida. Mas a questão central é: respeitar tais culturas enquanto elas existirem e tomarmos consciência delas enquanto patrimônio cultural agora e no futuro.

LÉVI-STRAUSS: (...) Quando todos os povos exóticos que a antropologia estuda tiverem desaparecido - não fisicamente, mas a partir do momento em que entrarem no curso da civilização mundial, forem assimilados -, teremos em relação a eles um ponto de vista equivalente ao que mantemos hoje com a civilização egípcia, os gregos ou os romanos. Trabalharemos sobre documentos. A massa de documentos antropológicos existente e ainda virgem é absolutamente fabulosa. Há material para vários séculos de estudo.


Vejo no modo de viver dos índios, uma grande vantagem em relação a nossa: eles vivem (ou viveram um dia, o verbo deve estar no passado, para a maioria deles, tanto os que foram extintos, como os que tiveram que se "embranquecer"...) em harmonia com a natureza. De fato, eu às vezes sinto que várias catástrofes climáticas que estamos vivendo hoje é fruto de nossa arrogância tecnológica, nós achamos chiquérrimo ficar apertando botõezinhos estúpidos. Em algumas ocasiões, Einstein declarou sua preocupação com o fato de que a ciência estava progredindo muito, enquanto o ser humano não progredia nada. "Somos capazes de quebrar um átomo. Mas não somos capazes de quebrar um preconceito.", dizia ele.

Já me disseram que Lévi-Strauss teria declarado sua crença no fato de que esse mundo começou sem a espécie humana e também deverá terminar sem ela.

LÉVI-STRAUSS(...): Se tivesse que tomar posições ecológicas, diria que o que me interessa são as plantas e os animais - e danem-se os homens. É óbvio que se trata de uma posição indefensável. Por isso, guardo-a para mim.





Recentemente essa Obra foi saqueada da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.................."Cabocle Indien Civilisé" Gravura Aquarelada 49,2cm x 59,4cm do pintor francês Jean Baptiste Debret, que esteve no Brasil entre 1816 e 1831.


Para quem quiser ler a entrevista da Folha com Lévi-Strauss, na íntegra eis o endereço:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u471632.shtml


E o endereço para algumas matérias sobre os indígenas:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u477188.shtml



E o endereço (esse narrando os aspectos mais interessantes dos índios) de uma entrevista com Betty Mindlin:

http://www.record.com.br/entrevista.asp?entrevista=42

Monday, December 08, 2008

Tagore para um amigo.

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Foto acima: O físico alemão Albert Einstein ao lado do poeta indiano Tagore, um foi prêmio Nobel de Física, o outro de Literatura.

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Meu caro amigo, Rafael, durante minha leitura do poeta indiano Rabindranath Tagore, essa passagem me levou nas asas desse pássaro até nossa memória.

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" Deixa esse rosário de salmos e cânticos e palavras! Quem cuidas tu que estás venerando nesse recôndito solitario e escuro de um templo de portas fechadas? Abre os olhos e vê que não está diante de ti o teu Deus!

Ele está lá onde está o lavrador lavrando a terra dura e onde está quebrando pedras aquele que abre os caminhos. Está com eles ao sol e à chuva, e suas vestes estão cheias de pó. Tira o teu manto religioso e desce tambem como ele para o chão poeirento!

Libertação! Onde encontrar essa libertação? Nosso mestre tomou a si mesmo, cheio de alegria, todos os encargos da criação; ele está ligado a todos nós para sempre.

Sái de tuas meditações e deixa de lado tuas flores e teu incenso! Que mal faz que se esfarrapem e manchem tuas vestes? Procura-o e fica com ele na lida e no suor da tua fronte. "


tradução de Guilherme de Almeida
(acentuação em Português mantida como no texto original)
5a edição, 1950, "o Gintaja'li".

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Foto: Tagore ao lado de Mahatma Gandhi, dois símbolos da Índia no século XX.
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"Qualquer pessoa que tenha aprendido na universidade da vida, não duvidará jamais da existência de Deus."

- Vincent Van Gogh -
(cartas a seu irmão Théo, a respeito de sua experiência diante da miséria como pastor pregador a pobres garimpeiros)



Imagem acima: "As Vinhas Enacarnadas" (Red Vineyards of Arles), o único quadro que Vincent Van Gogh conseguiu vender em vida, na dolorosa e desgraçada vida que ele teve.

Não sei se o seu caso que está aqui lendo meu blog... Mas quer fazer alguma coisa antes de morrer? Leia uma pequena biografia desse homem. Por favor, não morra sem fazer isso... E veja porque Pablo Picasso, a respeito dele comentou que o valor de seus quadros está muito mais em sua vida do que em sua técnica.

O quadro acima foi vendido por apenas 400 francos. Hoje, um quadro dele chega facilmente a dezenas de milhões de dólares. Ao contrário de Picasso, Vincent morreu miserável como artista.

Sunday, December 07, 2008

Dança Indiana - Odissi.

Ontem fui visitar o Rafael Coelho, lá na Vila Sônia. Eu gripado e ele também. Um dos meus melhores amigos. Morou comigo no CRUSP durante três anos. Tempo que ficou marcado pelo convívio Eu, ele, Márcio, Sinki, Tiagão e Alci.

O Sinki, aliás, para minha surpresa não estava sabendo da conjunção de Júpiter e Vênus com a Lua. O Sinki, com apenas 16 anos, já era tesoureiro de um Clube de Astrônomos em Curitiba, um dos caras que mais manja de Astronomia que já conheci. Além da Astronomia, o menino ainda curte Mitologia e se formou em Física.

O Tiagão é outro astrônomo. Se formou também em Física e agora faz mestrado em Astrofísica no Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Recentemente ele esteve num encontro de astrônomos na Índia. Caramba!!! Só agora estou reparando o quão rodeado de astrônomos eu estive ali no CRUSP... Os assuntos entre nós eram tão diversos que isso nem veio à tona. Recentemente o Tiagão me contou que nossos conversas muito o ajudou a refletir a respeito da natureza da Religião.

Ontem na casa do Rafael, fiz questão de mostrar para ele os planetas. Já eram 21h. Vênus já está relativamente adiantada, meio acima de Júpiter e a Lua já forma um quarto-crescente e estava próxima do Meio do Céu naquela hora.

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Fonte da Imagem:
http://indiandanceforms.blogspot.com/2007/08/o-d-i-s-s-i.html

Já na sexta-feira, fui com a Mariana e a Lilian numa apresentação de Dança Indiana. Puxa vida... É o tipo da experiência que nos faz agradecer a Deus por existirmos. Sim, sim... Com isso estou querendo dizer que o espetáculo foi LINDO e fiz questão de deixar bem claro à Lilian minha gratidão pelo convite, pela oportunidade de presenciar a beleza da dança de uma cultura de 5000 anos.

Existem sete estilos de dança indiana. A que nós assistimos chama-se Odissi. Selecionei um exemplo de 2 minutos de Odissi nesse video:

http://www.youtube.com/watch?v=jmKCGyn_irs

Cada estilo de dança está associado a diferenças regionais da Índia. Há, por exemplo, teorias de que, no passado, todas essas danças indianas foram antes uma só.

Esse outro video de 5 min, é magnífico:

http://www.youtube.com/watch?v=prQOdTmF8u0&NR=1

Muitas vezes essas danças contam uma história, muitas vezes de cunho religioso ou social.

Esse outro vídeo de 3 min no YouTube nos mostra o quão belo podem ser essas danças indianas quando dançadas coletivamente, entitulado Mahadeva:

http://www.youtube.com/watch?v=h6HClzdVo6A&feature=related

No sítio:

http://www.odissi.com.br

Lemos:

O que conhecemos por dança Odissi nos dias atuais são resquícios da dança realizada pela tradição Mahari, dançarinas dos templos e pela tradição Gotipua, meninos responsáveis pela representação da dança Odissi fora dos templos.



Fonte:
http://odissi-notes.blogspot.com/2008/05/stirring-odissi-gotipua.html

A história desses Gotipua é bastante interessante, porque eram meninos que decidiram dançar numa época em que a dança corria o riscos e, mesmo sendo meninos, decidiram pratica-la para manter a tradição.

Namastê!

Thursday, December 04, 2008

Albert Einstein

Hoje de manhã, eu estava de pé no 7598/10. Estava indo dar aula a um aluno de Administração do Mackenzie. A mão esquerda se segurava ao alto e, não por metonímia, garantia na medida do possível meu bem-estar ante as forças fictícias (ou inerciais) enquanto a outra lia a biografia de Einstein, escrita por Abraham Pais.

Chorei. Estava de pé no ônibus e chorei. Olhei pros lados. Ninguém pouco se importava com minhas lágrimas. Apenas tomei cuidado para não molhar a senhora sentada diante de mim. E voltei a ler tranquilamente.

Estou convencido de que Einstein é uma figura extraordinária do nosso tempo (tempo que a cada dia vai deixando de ser nosso, mas ainda digo "nosso"...).

Se o tempo retornasse. Se Deus (ou qualquer outro) me dissesse que eu precisasse entregar minha vida para que Einstein viesse à existência. Eu estaria pronto para o sacrifício: convicto e alegre do digno dever. E o faria com a mesma fidelidade da formiga pelo formigueiro.

Não, não é por simples idolatria ou nada disso. Mas está claro para mim a falta de sentido da humanidade, e daquilo a que chamamos de "humano", sem o trabalho de homens como ele ou Mahatma Gandhi. Aliás, dissera mesmo esse último: Quando um homem progride, toda a humanidade progride junto com ele.

Wednesday, December 03, 2008

Valsa número 6.

Na página 212 do livro, já no Segundo Ato, lemos:

Tu já morreste.
Teus olhos estão cegos dentro de mim.
Maldita!


Lindo, né?...

Esses dias li "Valsa número 6" de Nelson Rodrigues. De duas uma, ou eu não gostei tanto, ou ainda a estou assimilando. Provavelmente a segunda opção.

Pensando bem... Já decidi! Sim, a peça é maravilhosa. Difícil de se ler, mas maravilhosa. Só o fato de Sônia dizer que jamais aceitaria que o velho Dr. Junqueira lhe pagasse o bondinho: já é o suficiente para elevar a peça. Pois todo o restante da peça acompanha esse gesto, esse nível, em sutileza.

A peça é tão velada, quanto o próprio véu da ingenuidade da menina.

Há uma relação entre memória e alucinação (implícita) que lembra bastante "Vestido de Noiva". O trecho acima é fala de Sônia, personagem solitária da peça.


Oh, Paulo!


(incoerente)

Além disso, eu não acharia bonito homem casado!
Homem casado não é bonito.



Um Bonde Chamado Desejo


Ou... "A streetcar named Desire"... (ou "Un Tranvio llamado Deseo")

Sim, já assisti ao filme (preto e branco). Também assisti ao filme em que Pedro Almodóvar, genial, filma personagens que são atrizes dessa peça de Teatro.

Estou falando de Todo Sobre mi Madre (Tudo sobre Minha Mãe / All About My Mother).



fonte:

http://www.allmodovar.com.br/filmes/f13-madre.htm

E a "ajuda de estranhos"... (né?)

http://www.youtube.com/watch?v=xfErk52u1PM

Hoje conheci Luísa Mafei Valente. Era uma das candidatas à EAD. Eu acho que ela vai entrar. Foi a interpretação que mais gostei dos dois dias que assisti (parcialmente, cada), de longe. E ela foi a única (dos que vi) que fez réplica consigo mesma, interpretando "Um Bonde Chamado Desejo". Adorei o movimento nervoso e pausado dos seus dedos em seus gestos, o casamento de movimento do corpo com a voz, a quase saída de cena e a subseqüente "não-saída" e o grito de "Não!". Espetacular. E depois sai e o sinal toca junto com ela.

Tuesday, December 02, 2008

Der Mann ist ein Narr!

Essa foi a frase que Einstein disse quando soube a respeito de um professor que disse ter encontrado as soluções de suas equações da Relatividade Geral.

Não, não... Confesso que não sei de quais equações exatamente estava-se falando. Mas achei a história engraçadíssima.

Claro... em se tratando de Relatividade Geral, não deve ser fácil mesmo manipular tais soluções, sejam lá quais forem as equações. Distorções do espaço-tempo... essas coisas todas.

A frase, dita por ele em alemão, sua língua materna, significa "O cara é Louco!".

Ou mais literalmente: "o homem é um louco".

Posteriormente, o mesmo Einstein comentou acerca desse professor: "ele sabe fazer cálculos, mas não sabe pensar".

Frase tipicamente einsteiniana.

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Vestibular da EAD

Hoje eu assisti as encenações de alguns candidatos no Vestibular da EAD. Puxa vida, se só os candidatos à EAD já são tão bons... O que diremos do pessoal que sai de lá, não é mesmo?

Para quem não sabe... A EAD é a Escola de Arte Dramática da USP, curso técnico de preparação de atores, considerada uma das melhores do país, até onde eu saiba.

Adoro tomar café naquele Teatro. Só ali eu tomo café e vejo atores nervosos se aquecendo para um teste ali na tua frente. Em qualquer outra lanchonete, só os loucos falariam sozinhos na sua frente com figuras imaginárias, a respeito de um assunto que você nem imagina. Mas ali não... Ali é arte. Nesse caso: arte, tensão e adrenalina.

Parabéns aos candidatos. Parabéns aos atores da EAD alunos e formados.

"Der Mann ist ein Narr"

Depois eu preciso aprender a falar ator em alemão... E passar essa bendita frase pro plural. Como será que fica o artigo (Der)? hummmm...

Ich bin ein Narr!! :-o